quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gerenciamento de Projetos e Saúde

Nos últimos anos tenho estudado as práticas de gerenciamento de projetos e aplicado em meus projetos ligados a saúde. Tenho conseguido bastante êxito na aplicação dos conceitos e tenho obtido bons resultados.

Na prática a fase de planejamento, envolvendo escopo, cronograma, custo e qualidade tem sido de grande aprendizado, principalmente no momento de discussão do projeto com os meus usuários. Pessoas envolvidas diretamente com gestão em saúde pública que desconhecem as práticas de GP. Sigo as orientações do PMBOK e tenho através das experiências práticas do dia-a-dia transmitido as vantagens da adoção deste conhecimento.

É impressionante perceber que as orientações mais básicas de “timing” de organização do projeto e o estudo das necessidades para dar o passo seguinte tornam-se verdadeiras batalhas, onde são criados fantasmas e barreiras quase intransponíveis. Para estes, considerando as organizações em que atuam, as dificuldades são imensas e nunca é possível conciliar a necessidade de recursos com o tempo de resposta dos outros setores, como compras por exemplo.

A falta de habilidade para gerir projetos de forma geral é muito grande, e fica mais latente na minha experiência diária junto à saúde. A iniciativa de promover o gerenciamento de projetos de forma isolada dentro das organizações trás grandes dificuldades, comunicação é a maior delas. A falta de uma estrutura de comunicação, ainda que por simples correio eletrônico, não é possível. As lacunas tecnológicas nestas instituições são enormes e a adoção de hábitos de leitura e resposta dentro de um prazo pré-estabelecido é quase uma súplica.

Na maioria das vezes o gerente do projeto é obrigado a ficar batendo de porta em porta. Por um lado, sabemos que a maior qualidade, ou maior habilidade pessoal do gerente do projeto está na comunicação, conhecer e ser conhecido, desenvolver cumplicidades e parceiros, assim realmente bater de porta em porta, apesar do desgaste acima do necessário é bom.

Por outro lado, na falta de uma equipe, que em geral é a realidade, as tarefas de gerenciamento do projeto em si e o acompanhamento dos stakeholders fica prejudicado. Havendo a necessidade ainda maior de esforço muitas vezes pessoal para cumprir as tarefas propostas.

Ainda não cheguei a falar das etapas de execução, controle e encerramento, e suas dificuldades, mas acreditem que o segmento saúde, seja pública ou privada, possui em sua essência um charme todo especial e um grande desafio. Indo um pouco mais próximo aos objetivos dos projetos, percebemos que o maior e mais importante stakeholder do projeto, na verdade é quase passivo. O cliente do plano de saúde ou a população atendida pelo SUS. Assim o desafio pelo sucesso do projeto, principalmente na oferta de um serviço de qualidade torna-se uma paixão sem limites.

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