quarta-feira, 31 de março de 2010

Planejamento Estratégico para Saúde


Por planejamento na saúde publica, o SUS apresenta ferramentas simples e de baixo impacto. Norteadores, mas com pequena adesão como tal o próprio Plano Municipal de Saúde, Programação Anual da Saúde e Relatório Anual de Gestão de produção e divulgação obrigatórias inclusive para liberação de recursos financeiros. Apesar disto poucos secretários de saúde e equipes conseguem se organizar na definição de objetivos claros e assim a produção destes instrumentos.

A falta de orientação estratégica impede que estas ferramentas sejam utilizadas de forma correta. A produção dos instrumentos fica geralmente restrita a um pequeno grupo. A análise dos documentos demonstra muitas vezes a fragilidade na organização da própria saúde. Sem uma missão clara, os objetivos são em geral a construção de um novo hospital, ou ampliação de um serviço que se destaca. Poucas ou nenhuma vez são apresentados indicadores confiáveis para avaliação dos processos ou resultados assim como as metas ao longo do tempo não são definidas.

O SUS apresenta em apoio a essa deficiência, o PlanejaSUS, que oferece um guia de desenvolvimento dos principais relatórios e uma metodologia para avaliação e acompanhamento dos resultados. veja em http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1098

A demanda por organização da gestão da saúde provida pelo Pacto pela Vida em 2006 estimula que vários indicadores e metas sejam então pactuados e demonstrados nos informes periódicos. O que não consta do "manual" e como obter estes indicadores a partir dos processos atuais. Mas quais são estes processos atuais? Não há uma formalizam destes processos e uma consciência da participação de cada departamento ou serviço para a composição destes valores.

Na busca, por objetivos e metas muitos gestores e autores versam por uma análise orientada a problemas, o que permite sim uma visão de trabalho e estratégia dirigida a solução. Por outro lado, esta visão se limita irremediavelmente ao que está dando errado e não vislumbra um horizonte de inovações, o que permite inclusive solucionar os problemas antigos como também os futuros.

Percebamos então a necessidade inicial das bases conceituais, ferramentas que permitam o acompanhamento dos processos, capacitação dos gestores e formas de melhorar os indicadores e processos de forma proativa conforme a realidade da saúde de cada município.

Cabe ainda a visão de implantação deste modelo estratégico da gestão da saúde pública municipal, tópico de outro post. Ate lá.

segunda-feira, 22 de março de 2010

HL7 International Working Group Meeting e 11th International HL7 Interoperability Conference

Para toda a comunidade de Informática em Saúde, no próximo mês de maio de 2010, acontecerá no Rio de Janeiro 2 dos principais eventos ligados ao padrão internacional HL7.

Entre 14 a 15 de Maio de 2010 acontecerá o IHIC2010 - 11th International HL7 Interoperability Conference e entre 16 a 22 de Maio de 2010, o HL7 WGM 2010 - HL7 International Working Group Meeting.

Os dois eventos estão sob a organização do Instituto HL7 Brasil, com a Coordenação de seu chair Dr. Marivan Abraão.

Esta é uma oportunidade singular de participar de 2 grandes eventos no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro. Já estão confirmados como paletrantes Mead Walker, Mike Hendersen, Hans, Buitendijk, Calvim Beebe, entre outros.

Os evento serão realizados no Centro de Convenções do Hotel Windsor Barra, Rio de Janeiro, RJ.

Os sites oficiais para cada evento são:

http://www.hl7.org/Events/brazil052010/
http://icongresso.itarget.com.br/useradm/usr.entrada.php?clt=hls.1&lng=P

A programação está disponível em http://files.me.com/marivan/howba7

Vejo vocês por lá.

Promoção da Saúde Através da Eficiência na Gestão



Reconhecimento do território.

Neste sentido a identificação e avaliação do terreno, saber a disposição de todas as unidades de saúde, sua disposição no território, área de abrangência, que população atende que serviço presta e a quem esta unidade recorre.

Esta avaliação permite responder as questões sobre demanda e oferta. Similar a um estabelecimento comercial, uma loja de conveniências, o cliente me procurará? Ofereço um produto ou serviço diferenciado? Qual a "concorrência" local?

Estes conceitos permitem nortear as ações de saúde e prever neste raio uma estratégia de trabalho. Esta unidade terá um perfil PSF ou unidade básica, ou de pronto atendimento.

Respondidas estas questões, o olhar se volta para dentro da unidade e novamente o gestor precisa identificar característica de administração e de cunho assistencial que enfim promovam ações de saúde e sustentabilidade para a unidade.

Analogamente ao comércio, precisa se de funcionários capacitados - recursos humanos, instalações de acordo com o serviço proposto, infra-estrutura de comunicação, uma linha de abastecimento e fornecedores, características de limpeza e higiene que promovam bem-estar aos funcionários e clientes, condições de trabalho com qualidade que atraiam a clientela e promova aumento de lucro - no caso do serviço público, lucro social.

E por outro aspecto, características financeiras. Avaliação dos custos iniciais de construção e custos de manutenção. Qual será o orçamento mensal?

Enfim, é um "negócio" viável ou apresenta um breakeven ou ROI a longínquo prazo, comprometendo a qualidade do serviço ao longo do período?

Em verdade uma secretaria municipal de saúde é uma grande rede de serviços que possui uma imensa variedade de questões ligadas à gestão, considerando que não seja apenas "uma loja", mas uma rede de atenção a saúde.

Considere também toda a legislação do serviço público lei de responsabilidade fiscal, a famosa 8666 para compras e tantas outras, além das políticas de saúde e incentivos promovidos nas esferas superiores.

Convivendo com esta realidade mais de perto entendo que a complexidade e as dificuldades são enormes e que muitos falham e são convencidos a pegar outros caminhos, mais fáceis e de pouca moral.

Para aqueles que se dedicam percebo a falta de apoio e para estes meu esforço em prover alternativas e orientações.

Saúde Pública Municipal - Complexidades frente a perplexidade

Para todos aqueles que já viveram a necessidade de um atendimento em um serviço público de saúde, as experiências e histórias são as mais diferentes possíveis. Cada situação, que vai desde a identificação do problema, a chegada ao hospital, à recepção pelos profissionais, o tratamento em si e a volta para casa.

Geralmente são historias de dor e angustia sob um olhar caótico dos serviços, as carências em todos os sentidos, material, humano, equipamentos, e soluções.

Qual então e a missão dos gestores e administradores da saúde publica? Será que a percepção da população e da opinião publica consideram a complexidade da administração publica, ou esta limitada a receber medicamentos, exames e ter médicos a disposição?

A resposta e simples, não. Os serviços de saúde são responsabilidade dos entes públicos, logo oferecer profissionais de saúde, recursos materiais, medicamentos, exames, entre outros e uma obrigação.

Outra vertente e a percepção da qualidade por parte da população negar-se a receber um serviço aquém têm sido confundidas com prestação de serviços pessoais, ou seja, serviços domiciliares e cada vez mais individualizados.

Essa dicotomia tem permitido abusos tanto por parte dos gestores como por parte dos pacientes, promovendo ações de caráter político e ações judiciais sem necessariamente avaliar os custos de implantação dos serviços ou sequer os custos de continuidade.

Pretendo postar neste blog uma serie dedicada a administração para a saúde publica focar em ações, processos, ferramentas e principalmente alternativas, caracterizando a participação dos gestores e da população cliente dos serviços. Até lá.