Seu Marion já está no segundo livro publicado sobre suas aventuras na Amazônia enquanto piloto da FAB nos anos 60, e tudo digitado no seu PC. A internet é usada apenas para emails de família, falta intimidade. Com mais de 80 anos sempre se atualiza pelo bom jornal em papel e acompanha assim a economia, política e o dia a dia do Rio de Janeiro.
Lá em casa me viu usando o meu tablet. Curioso sobre o que eu fazia, apenas tocando uma tela, perguntou o que era. Prontamente lhe apresentei o tablet e mostrei o que esse aparelhinho podia fazer. Claro que fiz analogias com o já conhecido PC, e aproveitei para enfatizar algumas características como as câmeras, tirar fotos, ampliá-las e reduzi-las, a possibilidade de acessar a internet, exibir vídeos, gravar e tocar, além de me comunicar mundo a fora com "os meus contatos".
Empolgado me perguntou se eu usava o tablet no trabalho, afinal de contas trabalho com TI. Abracei a oportunidade de conversar com meu sogro e busquei ampliar seu horizonte.
- Sim meu sogro. Estamos em um novo projeto usando inteiramente o tablet. Já usamos para apresentar informações aos nossos clientes a partir do nosso sistema de business intelligence, que coleta informações do registro eletrônico de saúde.
A partir disto conversamos longamente sobre a utilização do tablet na saúde, começando pela principal característica que é a mobilidade. Comentei sobre como este dispositivo aproxima o médico do paciente, permite que o profissional de saúde tenha em suas mãos todo o prontuário, visualizando os exames radiológicos, laudos do laboratório, sinais gráficos dos eletrocardiogramas, no mesmo momento em que conversa com o paciente. E complementei o qual interessante é poder gravar depoimentos do paciente em vídeo, fotografar de áreas afetadas e evolução de cura, mantendo no registro eletrônico, não apenas informações dos profissionais de saúde, mas também do próprio paciente.
Acrescentei que alguns tablets são tão específicos, que incluem também sensores de temperatura e pressão, leitores de código de barra, facilitando a identificação correta do paciente através das pulseiras e a administração de medicamentos, evitando que o medicamento errado seja tomado. Os recursos físicos dos tablets são extremamente potencializados quando associados a outras tecnologias como interfaces bluetooth, wi-fi e entradas de vídeo. E então Seu Marion, com algumas safenas (no plural mesmo), se surpreendeu ainda mais quando eu disse que alguns destes tablets são levados ao centro cirúrgicos e são laváveis.
Então ele me perguntou: - E o que faz na internet? Com mais esse gancho fiquei mais empolgado ainda, e respondi que junto à internet o tablet permite acessar todos os sites e obter todas as informações disponíveis. Fica fácil para o médico e paciente consultar formas de tratamento, conversar com outras pessoas sobre suas experiências e acrescentar conhecimento. Hoje em dia a educação ao paciente é uma das maiores preocupações das instituições de saúde, o paciente informado. Os hospitais já preparam um acervo de artigos técnicos, panfletos e links de sites que vão orientar o paciente sobre sua condição, formas de tratamento e posterior recuperação, além claro de educar sobre malefícios do fumo, realizar uma boa alimentação para controle do diabetes e da hipertensão.
E como não podia ficar de fora, expliquei ainda que através da comunicação pela internet, os profissionais de saúde trocam informações em conversas sobre os diversos casos clínicos, discutem sobre a condição de um paciente específico, avaliam as situações usando os mesmos dados do prontuário do paciente e até observam o paciente, como se lá estivesse. – Isto é telemedicina! Completei.
É claro que telemedicina vai muito além do que uma conversa entre profissionais de saúde, mas falando de tablet, mobilidade, internet e comunicação à distância, agregando valor ao tratamento de pacientes e “ao vivo”, nossa, meu sogro ficou realmente muito impressionado.
Por fim tomamos outro cafezinho e fugimos do contexto saúde ficando apenas nas características do tablet em si. E depois disso, ele me confidenciou que já lia há muito tempo sobre tablets, mas não tinha idéia de que era, e concluiu: - Agora eu sei o que é!
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