sábado, 12 de junho de 2010

Tecnologia da Informação e Saúde

- Quem vai mexer no computador?

Um amigo sempre fala que a tecnologia veio para resolver problemas e nos trazem outros.

Alguém usa TIC para a saúde? Como espanto alguns podem perguntar, e eu respondo com muito fervor: "Sim e muito!!!"

Quando superamos as questões básicas da informática, redes, computadores, servidores, sistemas operacionais e aplicativos básicos, agora que já temos internet, email, acesso as redes sociais, impressoras, cds, dvds e tudo mais conectado, nos achamos informatas, informatizados e senhores da informação.

-Ainda não!!! Agora é que vamos começar a brincadeira, vamos instalar, configurar, capacitar, estratificar os dados e promover mudança.

- Ué! Achei que seria obter informação?!

- Não. As informações promoverão as mudanças necessárias para aumentar o lucro, reduzir os custos, ampliar a qualidade dos serviços ou qualquer outro objetivo.

Por isso diz-se que tem informação tem poder, poder para decisão.

Junto aos softwares de administração hospitalar, sistemas de gerenciamento de consultas, exames, leitos, atenção básica, sistemas públicos ou privados, baseados em software livre ou proprietários, o que é mais importante é que a tecnologia seja de fato ferramenta e não seja a razão em si mesma. Tecnologia por tecnologia.

Posso citar tele-medicina, geoprocessamneto, bussiness inteligence, reconhecimento por voz, armazenamento de imagens radiológicas e sinais biométricos, portais corporativos, web sites, tecnologia móvel e muitas outras que são aplicadas a saúde. Mas cada uma destas e todas devem estar em harmonia e em sintonia com o negócio.

- Mas que negócio é esse?

- Ora qual o seu negócio? Saúde de grupo, hospital, posto de saúde, plano de saúde, seguro saúde, saúde pública estadual, municipal. Em resumo atender um indivíduo, um paciente ou um grupo adscrito.

O apoio da TIC à saúde está em promover agilidade e eficiência nos processos ligados a atenção em saúde, administração e a gestão.

Não é a TIC que atenderá os pacientes, são os médicos e enfermeiros, mas cabe sim prover informações sobre este indivíduo para que este profissional possa entender as necessidades reais do paciente e assim proceder com a melhor conduta.

As diversas tecnologias para saúde serão tema de novos posts, conhecer profundamente a TIC e aplicá-la corretamente e uma ciência que gradativamente está trazendo resultados. Assim como a própria TIC durante muito tempo foi alvo de críticas por seu custo, a TICS, também está na fase da avaliação custo benefício. E este se mostrará muito maior.

Qualidade e Melhoria de processos

Dentro do segmento saúde, algumas propostas de melhoria de processos e qualidade têm sido praticadas e também tem demonstrado que aquelas instituições que aderiram a estas idéias tem conseguido grande destaque.

Desde o inicio através da qualidade total e seus mentores, trazendo o 5S, ferramentas de avaliação de problemas, priorização, ação e avaliação, o famoso PDCA, os modelos de avaliação passaram por certificações ISO, acreditarão hospitalar, processos de avaliação com endosso governamental e enfim premiações para as instituições que realmente se destacaram pela qualidade nos serviços.

Como são avaliados os benefícios diretos e indiretos dos processos de qualidade?

O paciente percebe o valor do processo de qualidade alem do que lhe e mostrado? Pintura das paredes, mudança das cadeiras na espera da emergência e a televisão de 32 polegadas na recepção?

Sempre que um processo de melhoria é iniciado, trata-se em geral de uma demanda da alta direção. Mas ainda esta alta direção muitas e não raras vezes, não percebe o valor agregado, esquecem de peças fundamentais que são as pessoas. Muitos se limitam a exibir quadros presos nas paredes com os vários certificados e não avaliam a satisfação do cliente interno e externo. O termo colaborador evoluiu do funcionário, onde este novo ser deixa de simplesmente exercer a sua função, para colaborar com os processos.

Fica a cargo de o grupo executivo trabalhar a base da instituição para apontar a direção a ser seguida e criar estratégias para que toda a sinergia da instituição seja canalizada em forma de colaboração entre todos e em beneficio dos pacientes.

Este processo não e rápido e não e fácil, trata-se de mudança de uma cultura, onde todas as ações realizadas são pautadas nos resultados da qualidade. A melhor forma de começar e simplesmente começar, com processos pequenos e que promovam impacto positivo, e gradativamente ampliar as experiências, revisando, avaliando e promovendo melhorias.

Portifólio e Saúde

O que e portifólio? O que isso tem haver com a saúde?

A resposta certa é tudo. Em meus posts anteriores coloquei como situação a gestão municipal da saúde através de analogias e coloquei o tanto de atividades que devem ser realizadas.

A composição dos projetos que formarão o portifólio devem ser cuidadosamente selecionados, levando-se em conta fatores políticos, técnicos, financeiros e aqueles que são de interesse popular definidos pelo conselho municipal de saúde.

Vale entender a proposta dos vários programas de saúde, mulher, criança e adolescente, DST/AIDS, tuberculose, do trabalhador, da população indígena. Compor a sua participação no todo da saúde, com projetos ou ações de educação, acompanhamento, distribuição de medicamentos, atendimentos domiciliares, conforme o caso.

A seleção destes projetos deve obedecer a critérios previamente estabelecidos e rigorosamente pontuados para que uma vez tabulados possam ser escolhidos, permitindo assim perseguir os objetivos e metas definidos no planejamento estratégico, focando na missão e valores da instituição.

Para a saúde pública, diferentemente dos projetos em outros segmentos, o lucro ou critérios financeiros podem não ser o mais importante e outros critérios de benefícios indiretos ou não palpáveis podem ter maior significado. Mensurar o valor da vida e a satisfação dos pacientes pelo bom atendimento, muitas vezes são deixados de lado quando são considerados apenas os custos para implantação de políticas sociais e de saúde.

Gostaria de elencar alguns dos inúmeros projetos voltados à gestão, matéria deste blog:

1 - Regulação dos serviços de saúde pautados no documento do pacto pela saúde de 2006

2 - Revisão do modelo assistencial praticado, onde se pode ampliar a atenção básica e reduzir assim a busca pelas emergências, ou até mesmo propor novo modelo intermediário como foi o caso das UPAS.

3 - Renovar as práticas administrativas para estoques, medicamentos e materiais, valendo também para patrimônio, recursos humanos. Ainda que regidas por normas do serviço público, caberão as práticas já consagradas da administração trazer a tona todo o potencial destes setores e departamentos.

4 - Informatização da saúde. O ministério da saúde e o departamento de informática - Datasus - buscam através da normatização dos sistemas de informação colher dados de relevância nacional, focando em faturamento ou descredenciamento de alguns serviços. Vejo o esforço dos municípios em colher tais informações e transmiti-las sem com isso utilizá-las com objetivos técnicos e estratégicos.

5 - Acreditação dos hospitais e melhoria dos processos internos com foco nas práticas de humanização, integralidade da assistência e acolhimento. Estas práticas promovem qualidade nos serviços de saúde e agregam valor direto ao paciente, ainda que de difícil mensuração.

Várias ações e projetos podem ser considerados neste momento. O fundamental aqui é demonstrar em primeiro lugar o alinhamento destes projetos a missão e aos objetivos seja do município ou de uma unidade específica.