Infelizmente, os novos políticos ainda continuam com o discurso sobre hospitais de tempos atrás e a primeira visão para quem quer mostrar serviço, começa com obras e depois atendimento por volume de demanda, ou seja, as emergências abertas.
A experiência já nos mostra que esta não é a saída, mais sim a repetição dos erros. No Rio de Janeiro as emergências dos hospitais públicos tiveram o apoio das UPAs, assim como outros hospitais tiveram suas características modificadas para serem centros de referencia, monitorados pelas centrais de regulação.
Ainda com estas pequenas ações, a saúde da população não melhora da noite para o dia e sim com trabalho e visão estratégica, como muito bem foi colocado por Antonio Pagliuso em seu artigo a SaudeBusinessWeb, Gestão Pública - Esperanças Legítimas.
A saúde começa em casa, com alimentação e hábitos de higiene saudáveis, condições de moradia condizente e humanas, e falando no tratamento da saúde, aí sim ter o primeiro contato através da atenção básica, nos postos e centros de saúde.
Apesar dos projetos da Estratégia de Saúde da Família e Agentes de saúde, os municípios pouco conseguem se organizar e promover de fato a atenção primária. Falta a estes gestores justamente a percepção mais ampla da necessidade de sua população e de estratégias viáveis que são em muitos casos custeadas pelas secretarias estaduais e governo federal.
Nunca deixo de comentar a necessidade de ferramentas de gestão, não somente no atendimento, melhoria da qualidade, seja através da humanização dos processos, acolhimento e classificação dos riscos, como também na obtenção e uso de informação para a gestão baseado em sistemas para a gestão hospitalar, centrais de relacionamento com os pacientes e prestadores e sistemas de apoio a decisão.
As estratégias de descentralização e regionalização promovidas pela saúde federal estão desonerando em parte a responsabilidades de alguns e sobrecarregado outros sem maiores recursos. Considerando ainda o gigantismo do sistema de saúde no Brasil e sua complexidade, a excelência da gestão deve ser exaustivamente incentivada e financeiramente apoiada, possibilitando ao gestor promover soluções diferenciadas e inovadoras conforme sua realidade local.