terça-feira, 29 de março de 2011

KPIs - Key Performance Indicators

Aproveitem!

Por José Paixão de Sousa (enviado pelo amigo Robson Combat)

Uma grande empresa multinacional me convidou para ministrar um seminário para um grupo de ótimos gerentes. O tema era Administração Estratégica de Serviços.

O assunto logo entusiasmou o grupo. Até que, bem no meio do evento, fiz uma provocação:
- "Se vocês não possuem indicadores, vocês não gerenciam; estão apenas engodados na armadilha das atividades".

O pessoal ficou muito bravo. (Ainda bem que as janelas do hotel são vedadas, e isto evitou um certo constrangimento.)

Expliquei que os indicadores são importantes pois, resultantes de uma equação simples, mostram uma dimensão, de forma precisa e prática, do resultado de uma operação. Podem ser de uma máquina, de consumo, venda, produção, satisfação do cliente, ocupação, e coisas do tipo. Enfim, o importante é que o indicador seja relevante.
O indicador pode ser de dimensão estratégica, como participação no mercado, ou operacional, como o tempo de atendimento de um cliente em um pronto socorro de hospital.
Mas, não adianta, ninguém conseguirá fazer uma boa gestão sem a ajuda do bendito indicador.

Para facilitar a compreensão, vamos citar alguns exemplos de indicadores:

- Para uma companhia aérea a taxa de ocupação de aeronaves, é um dos indicadores mais relevantes. É calculado dividindo-se a quantidade de assentos ocupados pela quantidade de assentos disponíveis, e multiplica-se o resultado por 100, de modo a visualizamos melhor o resultado. Então, temos a taxa em percentual.
A propósito, nos meses seguintes ao fatídico "Onze de Setembro", a taxa média de ocupação despencou. Algumas companhias estão temendo fechar as portas. Essa taxa média de ocupação caiu de 80% para 40%, mesmo nas melhores companhias.
Claro que há exceções, como é o caso da TAM, que em vôos domésticos no Brasil, teve uma recuperação, passando de 60% para cerca de 70%. Isto é decorrência da preferência dos passageiros pelos vôos domésticos, frente aos internacionais.

As redes hoteleiras também fazem uso da taxa de ocupação como indicador. O cálculo é semelhante ao citado no exemplo acima.

Uma amiga, gerente de um grande hotel no Rio de Janeiro, me confidenciou que a taxa de ocupação de sua unidade, logo após os incidentes acima, chegou ao patamar mínimo de viabilidade, ou seja, 30%. Antes de escrever este artigo, fiz um contato com essa amiga, a qual me afirmou com certo alívio que já estão com 43% de ocupação. Ainda aquém da meta, que é de 70%, mas já distante da faixa crítica que ameaça a sobrevivência do negócio. Aproveitei para perguntar por que a meta não seria 100%, quer dizer, todos os 218 apartamentos do hotel sendo ocupados. Ela respondeu: - "Tá louco! Seria um caos!" E deu três batidinhas na ponta da mesa. Depois explicou que a superocupação acarreta estrangulamento em alguns pontos de atendimento internos, como restaurante e piscina. E isto desgastaria a imagem da empresa, com perdas de clientes, isto é, mercado, faturamento.

Para uma empresa de transporte rodoviário, um dos indicadores é o que mede o número de passageiros por quilômetro percorrido, e ainda custo por quilômetro rodado (R$/km).

Bem, os KPIs (Key Performance Indicators - Indicadores-Chave de Desempenho) podem ser criados para qualquer finalidade. Desde que sejam relevantes.

Enfim, não importa a área de abrangência do indicador, se Economia, Saúde, Educação, Negócios, ou Religião. O importante é que haja a consciência de que, via de regra, só consigo melhorar aquilo que consigo medir.

Outro dia, numa conversa de bar com algumas amigas, surgiu o seguinte comentário:

- "Creio que as coisas não estão muito bem para o meu lado", disse uma delas.

- "O que houve, Karina?".

- "Sei lá, Rosana, ninguém buzina mais o carro quando me vê passar!".

- "Nossa! Recebi dez buzinadas hoje. E olha que faz tempo que não pego um solzinho; academia, então...! Mas ninguém pode reclamar de minhas roupas".

- "Percebo que você é uma garota de sorte".

- "Que nada, o segredo é investir. Só estou colhendo os frutos. Minha meta é 20 buzinadas/dia. Vou conseguir isto até o final do ano".

A conversa se dava às 10 da noite, numa quinta-feira de verão, em pleno Bar Brahma, no centro de São Paulo. Porém, há verdades intrínsecas no diálogo que não devem ser desprezadas.

Karina reclamou da má sorte, mas não tinha conhecimento de seu número, de seu indicador. Rosana, ao contrário, sabia de seu resultado (10 buzinadas/dia), e ainda possuía uma meta mensurável (20 buzinadas/dia até 31 de dezembro).

Que bobagem, dirá o leitor!

Bobagem é uma empresa que não possui objetivo algum; pessoa que não tem qualquer propósito, vivendo como um barquinho à deriva no mar. Até os desenhos infantis mostram que para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar está bom.

Business Intelligence contra a dengue no Rio de Janeiro

Tenho trabalhado junto a equipe de BI da Eco Sistemas a poucos meses, depois de 2 anos de consultoria na Gestão Municipal da Saúde de Campos dos Goytacazes no norte fluminense e cada vez mais vejo o fortalecimento a estratégia da gestão com informação.

No Rio de Janeiro, a adoção de ferramentas de BI na gestão da saúde estadual mesmo antes do acompanhamento dos casos de dengue já era presente para avaliação dos processos das UPAs 24h.

A passos largos a gestão percebe os benefícios da utilização desta estratégia através das salas de situação e centrais de monitoramento. Nestas ferramentas os usuários, técnicos especializados em saúde pública e gestores, consolidam dados de várias formas e identificam situações de risco para a população assim como melhorias nos próprios processos de atenção em suas próprias unidades de saúde.

Os serviços oferecidos para a população através das Centrais de Regulação são monitorados diariamente, analisando-se as demandas e ofertas de consultas e exames, distribuição de cotas entre as unidades de saúde e acompanhamento do cumprimento dos contratos de serviços junto a unidades privadas. Este é o exemplo da Gestão da Saúde de Campos.

Lá a Central Estadual de Regulação de Leitos Hospitalares está integrada a Central Municipal, todos os leitos são regulados em um único ambiente e a avaliação de desempenho de cada regulador, tempos de atendimento e encaminhamento para alocação dos leitos são considerados indicadores de qualidade do serviço no município.

Ligados nas tecnologias atuais os secretários de saúde, gerentes e coordenadores acessam regularmente a ferramenta através da internet e dos seus IPADs, levando então as informações onde forem. A solução envolve criação de cenários personalizados, disponibilizados a todos os usuários de acordo com as permissões, elaboração de tabelas e gráficos que são facilmente convertidos em dashboards, oferecidos a internet por links específicos utilizados nos portais corporativos para acesso a população em geral.

O produto INTUS da Eco Sistemas foi premiado em 2010 pela Assespro-RJ como “Melhor Projeto de Apoio a Decisão” e apresentei os cases de Sala de Situação da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes na última Hospital Business em Outubro passado.

Gradativamente todos os ambientes e serviços terão seus próprios cenários e dashboards, permitindo a gestão completa da saúde, não somente na missão primeira de atendimento a população mas também em apoio aos processos internos de gestão de recursos humanos, estoque de medicamentos e insumos, contratos e licitações e assim por diante.

Ainda há um longo caminho. Nos vemos por aí.

segunda-feira, 28 de março de 2011

A Hora e a Vez dos Tablets na Saúde

Enfim chegaram !!!!

A mobilidade da tecnologia da informação para a saúde começou a tomar corpo aqui no brasil.

O grande atrativo sem duvidas é o ipad da Apple e sua facilidade de uso. A aparente novidade já é bastante conhecida para quem lida em tecnologias em saúde.

A Motion Computing Já oferece modelos de tablet voltados à ambientes hospitalares. Nestes modelos alem de acessar os sistemas de informação do hospital, possui conexão sem fio, câmera fotográfica, leitor de código de barras, conectores com leitores de sinais vitais, gravadores de som e vídeo e ainda são emborrachados e esterilizáveis para uso em centros cirúrgicos. Muito legal.

Não sendo ferramentas para armazenamento de dados e acessando por wi-fi as redes sem fio disponíveis ou através de 3G, sistemas e informações residirão na nuvem ou em servidores locais.

Permitir assim que os processos junto aos locais de cuidado ou "points of care" se tornem cada vez mais comum, facilitado pela redução dos preços estimulado pela concorrência que o Ipad enfrentará nos próximos meses.

Vale lembrar que apesar de acesso as redes locais por wi-fi, ou internet pela telefonia móvel, os aplicativos precisarão ser adequados a esta plataforma, tendo soluções que tirem maior proveito possível da interação com o usuário, não remetendo o usuário a infindáveis entradas por digitação. O tablet não é para isso, concordam?